Faculdades na Itália são as mais antigas do mundo. E como lido na Parte I, elas surgiram desde a Idade Média e aqui continuaremos essa história enriquecedora para a nossa vida.
Então, fique atento a leitura para essa Parte II que o blog Benini & Donato Cidadania Italiana preparou para você. E não esqueça de ler a Parte III que finaliza esse assunto. Confira!
Faculdades na Itália a partir de 1872
Em 1872, as faculdades de Teologia das Universidades do Reino foram suprimidas. Esse fato, assim como vários episódios.
Por exemplo, a demissão de professores que se recusaram a jurar lealdade ao rei e ao Estado italiano culminou em 12 de março de 1876. E, assim, teve o fechamento da Universidade do Palazzo Altemps em Roma.
E era composta por professores que haviam se recusado o juramento de lealdade ao rei. Assim, constitui a base do impulso para a fundação de uma universidade católica.
Logo, implementada em 1921 com a inauguração da Universidade Católica de Milão. E, em seguida, ano de 1924 da Universidade Católica do Sagrado Coração.
Em 1873, Ruggero Bonghi tornou-se ministro e permaneceu no cargo até 1876. Assim, em 25 de março de 1876, Michele Coppino sucede Bonghi, permanecendo no cargo até o final de 1877.
Já no ano de 1873 várias escolas veterinárias do Reino da Itália foram autorizadas a licenciar a Zooiatria. E que até então era prerrogativa exclusiva da Escola Veterinária de Parma.
Na época, a zooiatria e a zootécnica eram consideradas atividades estratégicas para os estados. Também serviam para as necessidades das atividades agrícolas e de criação, sobretudo para os usos militares da cavalaria.
Faculdades na Itália em 1874
Por decreto de 21 de janeiro de 1874, são criadas “Escolas Normais” nas universidades de Nápoles, Roma, Pádua e Turim. Em janeiro de 1881, após repetidos pedidos, o médico Guido Baccelli ingressou no governo como Ministro da Educação.
E ocupou o cargo até 1884, depois novamente de 1893 a 1896 e, finalmente, entre 1898 e 1900. Sendo assim, em 1888 ele se tornou o ministro Paolo Boselli, que permaneceu no cargo até 1891.
Foi sucedido por Pasquale Villari, no cargo até 1892. E foi nomeado Ferdinando Martini, que permanecerá no cargo até 1893.
Então, poucos meses depois de sua posse, o Ministro Martini elaborou, com Carlo Francesco Ferraris, a enésima reforma da universidade. E, dessa vez, incluiu o fechamento das universidades de Macerata, Messina, Modena, Parma, Siena e Sassari.
Início do século XX ao fascista
A partir do início do século XX, com a disseminação do socialismo, uma densa rede de “universidades populares” foi criada na Itália. Sendo assim, visavam a difusão da educação e da cultura no nível popular. E atuando como estímulo à plena cidadania política e cultural.
Logo, a primeira abertura importante para universidades privadas foi realizada com uma lei de 1902. E essa lei reconhecia o posto de universidade, com direito a conferir graus, na Escola Luigi Bocconi de Estudos de Negócios de Milão.
Além disso, um prêmio semelhante foi concedido em 1922 à Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão. No entanto, o advento do fascismo na Itália decretou seu fechamento.
Classificação das universidades
A reforma gentia de 1923 (que envolveu toda a educação escolar de forma orgânica) fez uma redução drástica no número de instituições universitárias. Assim sendo, as universidades foram classificadas em duas categorias de acordo com o RD 30 de setembro de 1923, nº 2.102;
- Tabela A – completas com todas as Faculdades, com financiamento em grande parte do Estado (Bolonha, Cagliari, Gênova, Nápoles, Pádua, Palermo, Pisa, Roma e Turim);
- Tabela B – (incluindo Bari, Florença e Milão), com direito a receber apenas uma contribuição parcial do Estado.
Para as universidades da Tabela A, a reforma também proporcionou recursos tanto para salários de professores e pessoal administrativo quanto para financiamento de pesquisas científicas (lançamento de orçamento específico no orçamento).
A reforma centrou-se na escola secundária clássica como uma escola “principal”, que deu acesso a todas as faculdades italianas. Assim, o ginásio foi pensado como o caminho para os estudos elementares, pelas futuras classes dirigentes.
O ginásio, de fato, preparava-se para todos os níveis do ensino secundário, entre os quais se destacava o liceu clássico. E que proporcionando a mais vasta cultura geral, era o único que permitia o acesso a todas as faculdades na Itália.
Para tanto, o decreto dos gentios também previa a existência de universidades gratuitas. A essas, vinculando o reconhecimento jurídico. Também do valor jurídico dos títulos acadêmicos à adaptação do regulamento às disposições da mesma lei.
Entre elas estavam Perugia, Urbino, Camerino e Ferrara. Ademais, no mesmo ano, foi instituído o Conselho Nacional de Pesquisa (CNR). E esse era um órgão de coordenação e promoção da investigação à escala nacional.
Faculdades na Itália a partir de 1931
Em 1931, os professores universitários juraram lealdade ao fascismo, cuja recusa levou à perda da cátedra universitária. Dos mais de 1.200 acadêmicos, apenas doze se opuseram à recusa.
Foram Ernesto Buonaiuti, Mario Carrara, Fábio Luzzatto, Francesco Ruffini, Edoardo Ruffini. Também Giorgio Levi Della Vida, Gaetano De Sanctis, Vito Volterra, Bartolo Nigrisoli. Por fim, Lionello Venturi, Giorgio Errera e Piero Martinetti, que foram excluídos do ensino universitário.
A esses vale adicionar Giuseppe Antonio Borgese que na época da imposição do juramento estava nos Estados Unidos. Mas decidiu permanecer renunciando à cadeira de Estética na Universidade de Milão.
Finalmente, com RD 31 de agosto de 1933, n. 1592 o sistema universitário estava sendo completamente regulamentado.
Em 1935, os institutos superiores de agricultura, até então dependentes do Ministério da Agricultura e Florestas, passaram para o Ministério da Educação Pública. E se tornaram faculdades de Agricultura.
Em 1938
No ano de 1938, devido às leis raciais, numerosos professores, assistentes e alunos foram excluídos da Universidade como judeus. Assim, a Itália perdeu algumas de suas mentes mais brilhantes:
- Emilio Segrè, Enrico Fermi, Giuseppe Levi, Salvador Luria, Silvano Arieti, Bruno Rossi e Franco Rasetti.
Eles e seus parentes decidiram deixar o país para fugirem da perseguição (como no caso de Fermi, que se casou com um judeu). No ano letivo de 1941-1942, os alunos matriculados nas faculdades italianas eram 145.793. Além disso, as mulheres não ultrapassavam 15-20% do total.
E, então? O que está achando dessa leitura através do tempo das faculdades na Itália. Compartilhe como está sendo a sua experiência escrevendo nos comentários.
Benini & Donato Cidadania Italiana
Resgatando suas origens
Processos de direito ao reconhecimento de cidadania italiana:
I – Processo administrativo no Brasil via consulado italiano;
II – Processo administrativo na Itália via comune;
III – Processo Judicial na Itália no Tribunal de Roma via “materno” ou “paterno” contra as filas consulares.
2 Comments
Partes interessantes da história, muito bom saber.
Sem dúvidas João e o melhor de tudo é que até os dias atuais os cidadãos italianos reconhecidos podem usufruir destas universidades a baixíssimos custos ou até sem custo algum.