História da Vespa e Lambretta na Itália – Hoje celebra-se 75 anos de existência da Vespa!

Vespa Foto: Pixabay
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A scooter como a conhecemos hoje foi desenvolvida na década de 1940. Assim, era uma alternativa de baixo custo ao carro, proporcionando transporte econômico em uma Europa devastada pela guerra.

Logo, se difundiu rapidamente e se tornou um dos fenômenos de transporte do século XX. Entretanto, a sua história é muito mais antiga.

A primeira scooter reconhecível nasceu em 1894. Sendo assim, a empresa de Munique Hildebrand & Wolfmueller apresentou a primeira estrutura passante motorizada. E usou um motor de dois cilindros refrigerado a água.

Na década de 1930, a Cushman, sediada em Nebraska, nos EUA, estava produzindo modelos simples. E eles tinham uma estrutura de scooter com motores de válvula lateral. Desse modo, eram projetados para serem usados ​​dentro e entre as bases militares na Europa, após a Primeira Guerra Mundial.

Naquela época, as scooters eram quase exclusivamente para uso militar. E foi só depois da Segunda Guerra Mundial que a scooter realmente chegou ao mercado civil.

Com o racionamento da gasolina, pouco dinheiro e infraestrutura de transporte deficiente, a scooter estava encontrando o seu lugar.

Portanto, hoje a Benini & Donato Cidadania Italiana mostrará a você um pouco a sua história. E, assim, você descobrirá dois nomes italianos que fizeram grande sucesso na criação das scooters no mundo.

A primeira scooter

A primeira scooter motorizada foi baseada nas scooters Cushman. Originalmente, usadas pelos militares como transporte de campo para pára-quedistas. Como também para fuzileiros navais na arena de batalha europeia.

O engenheiro e inventor foi Corradino D’Ascanio. E apesar de odiar as motocicletas, projetou um veículo simples e econômico, mas também elegante e confortável.

A partir desse ponto veio a scooter como a conhecemos hoje – um chassi de aço monobloco com estrutura intermediária. E voltada para tornar mais fácil para as mulheres andarem de saias como também a mudança de marchas no guidão.

Além disso, com uma carroceria para proteger o piloto, garfo dianteiro em estilo de aeronave para trocas fáceis de rodas, posição confortável do assento. Por fim, sem corrente de transmissão para fácil manutenção.

Vespa e Lambretta na Itália

Há dois nomes italianos que rapidamente dominaram o mundo das scooters. De um lado, está Piaggio com sua marca Vespa; do outro lado, está Innocenti com a Lambretta.

Originalmente fundada em Gênova em 1884 como uma empresa de encaixe naval de luxo, a Piaggio diversificou-se na produção de trens. Como também de aviões até que um forte bombardeio da fábrica na Segunda Guerra Mundial levou à decisão de entrar no negócio de mobilidade leve.

Quando o seu primeiro protótipo foi mostrado ao proprietário Enrico Piaggio, ele disse a famosa frase “Sembra una vespa!” (“Parece uma vespa”). Então, a icônica Vespa nasceu.

Uma breve homenagem aos 75 anos da Vespa

“E hoje faz 75 anos que essa jovem senhora foi apresentada ao mundo, em 24 de março de 1946. Ela que continua mais jovem e atemporal do que nunca, e segue a arrastar uma enorme legião de fãs por todo o mundo. Poderia ser a data de nascimento de uma fascinante atriz, que envolta no lenço se esconde por trás dos óculos escuros. Poderia, pelo contrário, indicar o momento da fundação de um partido político, daqueles barulhentos e genuínos, que agora já não existem. Ou então poderia fazer pensar em qualquer famosa experiência científica, capaz de marcar para sempre o curso da história. Com certeza ninguém pensaria num humilde objeto, com duas pequenas rodas cobertas por chapa fina, com um motor que fazia mais barulho do que força. A vespa tem uma data de nascimento definida porque fascinou gerações inteiras mais do que qualquer outra atriz, inflamou os ânimos mais do que qualquer partido político e transformou a vida a milhões de pessoas, como poucas experiências científicas conseguiram fazer”. Fonte: Livro: Vespa, de Valério Boni, versão em português de Teresa Mendonça.

Enquanto isso, em Milão, Ferdinando Innocenti examinava os destroços de sua fábrica de tubos de aço bombardeados. Logo, a Innocenti surgiu com o conceito de transporte privado barato. E, assim, decidiu produzir uma scooter a motor.

Desse modo, foi batizada com o nome do vale do rio Lambro. E nesse local era onde ficava a fábrica. Então, a primeira Lambretta foi lançada no Salão Automóvel de Paris de 1947. Além disso, foi a um ano após o início da produção da Vespa.

Com capacidade de 45 mph e 150 mph, foi um sucesso instantâneo, combinando um design clássico com baixos custos de operação – perfeito para as condições econômicas e de infraestrutura da época.

Piaggio e Innocenti

Piaggio e Innocenti começaram a comercializar fortemente seus produtos na década de 1950. E eles usavam a iconografia de jovens, mulheres bonitas, liberdade.

Como também amplos espaços abertos, além de produzir suas próprias revistas – Vespa News e Lambretta Leader.

E, então, nasceu uma nova atividade de lazer e de mercado que, no final da década, estava fortemente voltado para um novo fenômeno: o adolescente.

Desse modo, o glamour italiano e a mobilidade barata combinaram-se para fazer da scooter uma manifestação de duas rodas do boom econômico do pós-guerra, além de um ícone da moda.

A scooter se tornou sinônimo de Itália e “La Dolce Vita”.  Logo, seu impacto social foi cimentado com a participação em vários filmes do período.

O exemplo mais famoso foi Roman Holiday produzido em 1953 com Audrey Hepburn e Gregory Peck em uma Vespa 125 de 1951. Assim, foi uma imagem icônica que ajudou a vender mais de 100.000 do modelo naquele ano.

Para tanto, as scooters apareceram na literatura (The Absolute Beginners e muitos outros). Também na música onde várias canções da época faziam referência a Vespa e Lambretta.

Assim sendo, os clientes foram atraídos pela scooter como um “produto totalmente italiano”. Então, as duas empresas rapidamente criaram redes de serviços e concessionárias em toda a Europa, além de incentivar a disseminação de clubes de scooters.

Os anos de pico da scooter

Em meados da década de 1950, a Europa estava alcançando a “scooter de pico”. Com isso, eram modelos como a Vespa GS150 e a Lambretta LD150, agora muito procurados.

A essa altura, a scooter tinha o estilo e o desempenho para cimentar sua posição como um ícone da juventude. Logo, outro ressurgimento foi novamente alimentado pela mudança social.

As scooters permitiam que os jovens chegassem aonde queriam, e onde queriam ir eram boates e festas. Na década de 1960, os “Scooter Boys” vestidos com parkas excedentes do exército americano estavam aparecendo, rapidamente se tornando ícones, modelos e modinhas.

Então, as scooters italianas eram vistas como modernas, baratas. Além disso, eram fáceis de guardar e manter, infinitamente personalizáveis ​​e elegantes.

A escolha de Vespa ou Lambretta foi dividida em linhas tribais – a Vespa foi vista como confiável, elegante e facilmente personalizável. Enquanto a Lambretta, foi vista como mais contemporânea e com melhor desempenho.

No final dos anos 60, a demanda por scooters estava caindo à medida que a riqueza aumentava na Europa Ocidental. Logo, carros pequenos se tornavam disponíveis para mais pessoas.

Os clubes de scooters estavam perdendo popularidade e apenas alguns permaneceram no final dos anos 70. Enfim, A Innocenti havia fechado sua fábrica e a Vespa estava em baixa.

A scooter estava fraca, mas não fora do mercado. Assim, o reavivamento da ícone no filme Quadrophenia deu assim o lançamento do Vespa Model P. E, então, a scooter estava em alta novamente.

O século XXI

Hoje, o mercado de scooters está novamente em condições de saúde precárias. Sendo assim, está impulsionado por uma combinação de nostalgia, a necessidade de transporte de baixo custo e uma população urbana crescente.

Os fãs da Vespa podem comprar um novo PX125, a Vespa GTS300. Pois, é o modelo mais rápido de todos os tempos e líder de mercado na categoria 125-650.

Já a Lambretta – de propriedade indiana desde 1972 – lançará um novo modelo neste verão. Enquanto isso, o mercado de scooters clássicas está crescendo com os modelos Vespa e Lambretta dos anos 50 e início dos anos 60.

Uma novidade que gostaríamos de compartilhar é que a Benini & Donato Cidadania Italiana, recentemente, adquiriu uma Vespa de ano 1963, modelo M4.

Assim, está sendo 100% restaurada nos mínimos detalhes, e dentro dos padrões originais de sua época. Desse modo, a previsão para ficar pronta será no final do mês de maio de 2021.

E ela não será apenas uma scooter antiga, ela será a nossa mascote. Inclusive, estamos procurando também uma Lambretta para aquisição e restauração nos mesmos padrões e com o mesmo objetivo.

Então, assim que ficarem prontas postaremos aqui todo o processo de restauração com fotos para os amantes de Vespas.

Ainda abordando sobre o mercado das Vespas e Lambrettas, elas estão seguindo a trajetória de preços das bicicletas clássicas. Como também aparecendo em leilões e vendas de prestígio.

As scooters continuam se adaptando, tanto socialmente quanto por meio de novas tecnologias. E também com fontes de energia e métodos de produção. A scooter é uma sobrevivente e parece destinada a estar conosco futuramente.

Depois disso tudo, conte-nos sua experiência com as scooters Vespa e Lambretta ao escrever nos comentários. Gostaríamos de saber a sua opinião.

E, se desejar, nos sugira um tema que queira que a Benini & Donato Cidadania Italiana aborde aqui no blog. Até mais!!!

Benini & Donato Cidadania Italiana

Resgatando suas origens

Processos de direito ao reconhecimento de cidadania italiana:

I – Processo administrativo no Brasil via consulado italiano;

II – Processo administrativo na Itália via comune;

III – Processo Judicial na Itália no Tribunal de Roma via “materno” ou “paterno” contra as filas consulares.


5 Comments

  1. Belíssima!
    Meu pai teve uma lambreta.
    Aguardando as fotos da restauração. Ela é mais velha que eu 2 anos. he he.

    • Assim que tiver pronta postaremos o passo a passo pode deixar Débora.
      Só um detalhe ela não é mais velha que você, afinal ela é uma italiana e italianos não envelhecem .
      Ficam mais experientes e maduros !!!

    • Verdade César Augusto, a expressão da liberdade em duas rodas

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